O espetáculo “A Porca Faz Anos!” é uma comédia musical que nasceu na conclusão do curso de Bacharelado em Interpretação Teatral do 1º semestre de 2010 da Universidade de Brasília, cuja pertinência do tema abordado e a estrutura estética escolhida pelo grupo conferiram a esta montagem total ineditismo, seja no que se refere à construção dramatúrgica aliada a composições musicais, que tangem todos os estilos; seja no que se refere a bem humorada discussão de temas tão atuais no contexto nacional e também distrital: eleições de 2010 e os 50 anos de Brasília. Assim, a comicidade burlesca e o grotesco de nosso atual contexto político, em plena celebração dos cinquenta anos de Brasília, são as inspirações deste trabalho, criado coletivamente. O elenco passou a investigar e a antropofagizar os “tipos” de nosso circo contemporâneo: políticos corruptos, ex-amantes, religiosos fanáticos, falsos revolucionários, entre outros. Imagens, jingles, campanhas e discursos políticos reais fomentaram nossa construção de cena.
A encenação desta peça foi inspirada na plasticidade única de Brasília: os traços modernistas de Niemeyer, os paineis arrojados de Athos Bulcão, o traço concretista de Lúcio Costa. Há também incursões em fundamentais referências estéticas e históricas da cidade: o sonho de Dom Bosco, a chegada dos candangos, o mito do terceiro milênio e por fim, a própria singularidade e beleza do cerrado.
Também as formas de teatro popular, como as chanchadas, o teatro de revista, os bufões, clowns, os trabalhos com máscaras e tipos cômicos ajudam na articulação deste enredo; enfim, há uma releitura pop de nosso teatro-circo cotidiano. Entretanto, para além do deboche e da sátira, o trabalho aborda a humanidade que deseja brotar de uma terra que ainda clama por nascer, com seus cidadãos novos, tão singulares.
Músicas originais foram especialmente compostas para a peça, com atores que tocam instrumentos, cantam e dançam, celebrando a híbrida cultura musical de Brasília, contendo também citações a artistas consagrados da música brasileira como Renato Russo, Geraldo Vandré e Baden Powel.
Os temas das canções dizem respeito tanto à cidade de Brasília e sua ‘mitologia’, quanto ao universo político que nela se hospeda, através de jingles eleitorais e temas relacionados às personagens. As canções narram, comentam e ilustram situações e personagens do enredo. Elas representam, neste trabalho, os números principais nos quais se desenvolve a linha narrativa.
Do rock ao fado, do ska à moda-de-viola as composições variam e não seguem uma unidade estilística. Contamos com a presença de uma banda formada por violão, gaita, trompete, teclado e percussão, além de um pequeno coro de vozes, nas ambientações e nos arranjos das músicas.
O espetáculo já fez apresentações em Brasília e em Goiânia e foi selecionado para única mostra competitiva de Teatro em Brasília, o Prêmio Sesc de Teatro Candango - Edição 2010, onde ganhou o Prêmio de Melhor Sonoplastia e foi indicado para Melhor Direção e Melhor Figurino.
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